Autor: PlusPixel

Comemoração do Centenário da IPA

Conferência proferida pelo Dr. Paulo Marchon, membro titular da SBPRJ, SPR
e GEPFOR, no dia 26 de março de 2010, quando o GEPFOR comemorou os Cem
Anos da IPA (International Psychoanalytical Association) a entidade fundada por
Freud.

Há 100 anos atrás, como era Viena?
Era a Viena do Imperador Francisco José, inconstante marido da Sissi, a bela
que não se acostumava ao rigoroso protocolo da Corte Austríaca e dele fugia em
viagens constantes, deixando de cuidar do marido, da Corte e de três filhos, até ser
assassinada por um anarquista italiano. Desta forma trágica se acabou o que foi
considerado o casamento do século XIX, naquela que foi considerada a mais bela
festa de todos os tempos, festa que durou uma semana – festa que só Viena era capaz
de realizar, com seus 700 mil habitantes e milhares de nobres vindos de todas as
partes do mundo, além da própria nobreza vienense e magnífica burguesia
enriquecida da Áustria, ávida de cultura e saber. Três filmes com a bela Romy
Schneider eternizaram a versão romântica deste drama humano. Bem antes de
terminar o século o Imperador Francisco José iniciara a transformação completa de
Viena, construindo um magnificente e vasto anel viário em forma de ferradura,
a Ringstrasse, além de dois magníficos museus, bem como o Parlamento e a
Prefeitura neogótica. O romancista Hermann Broch diria anos depois: “o alegre
apocalípse em torno de 1880” (Gay p. 34). Os ricos vienenses completaram a obra do
Imperador e edificaram seus palácios particulares. Mas os judeus continuavam a vir
para Viena, pois se Lueger, o antissemita clássico, era o prefeito que tinha o racismo
como programa de governo, nos outros lugares, Londres e Paris, a situaçào era pior
ainda, como descreve, em detalhes, Peter Gay. (p. 34)

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E o Papa tinha razão.

A Psicanálise é a “cura pela palavra”, e a palavra é um instrumento de poder e alcance intenso que deixa marcas profundas em nossa mente. Desde pequenos, construímos nossas crenças, pensamentos, opiniões e personalidade através do que vivemos, sentimos e ouvimos. Diante disso, pensamos na responsabilidade que tem nossa fala, fundamentalmente quando se trata de uma palavra ou atos de pais para filhos.

O Papa Francisco vem trazendo, através da palavra, mensagens fortes e refletidas, mobilizando e estimulando o diálogo e a paz no mundo, e, com isso, sua imagem vem se tornando forte e muito respeitada nos mais diversos grupos sociais, independente de credos religiosos e políticos.

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Cinquenta Tons de Cinza

Contribuições para uma apreciação psicanalítica do romance.

A autora examina, na trama do romance Cinquenta tons de cinza, possíveis compreensões psicanalíticas para o desenrolar da história através de seus personagens principais. Trata-se de um exercício de pensar psicanalítico, inspirado na teoria e clínica psicanalíticas. Apesar de estar ciente de que se trata de personagens de ficção literária, acredita que a autora do romance oferece pistas psicológicas sobre os personagens que possibilitam visões psicanalíticas abarcando a teoria do desenvolvimento da libido, complexo de Édipo, as teorias sexuais infantis, narcisismo, sadomasoquismo, dentre outras.

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A Técnica Psicanalítica

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O Gepfor informa que estão abertas as inscrições para o curso A técnica psicanalítica: teoria e desenvolvimento – Módulo II – 2014

O Grupo de Estudos Psicanalíticos de Fortaleza oferecerá em 2013 e 2014 o curso A TÉCNICA PSICANALÍTICA – TEORIA E DESENVOLVIMENTO distribuído em dois módulos.

Com o módulo II concluiremos o programa previsto para o curso que deverá se estender até maio do ano corrente. Em virtude da realização dos jogos da copa, fez-se necessário reorganizar o calendário de aulas de modo que excepcionalmente neste semestre teremos duas aulas no mês de maio.

No módulo II o corpo docente do curso contará com a participação dos professores:

Galba Lobo – GEPFOR

Paulo Picanço – EPPF

Paulo Marchon – GEPFOR

Valton Miranda – GEPFOR

Maria Inês N. Escosteguy Carneiro – SBPRJ

Certos de que teremos mais um semestre de estimulantes atividades contamos com a presença de todos.

Período: Março a maio de 2014 | Horário: 09:30 às 12:45 h

Localização: Teatro Nadir Saboya – Colégio Farias Brito – Rua 8 de Setembro, 1333

Investimento:

Profissional: R$ 200,00 à vista ou R$ 240,00 em 4x

Estudante Grad. R$ 160,00 à vista ou R$ 180,00 em 4x

 

Os interessados podem entrar em contato com o SPFOR para maiores informações. 

Endereço: Av. Santos Dumont, 2456 - Salas 908/909/910 | Ed. Corporate Plaza Business Center - CEP 60150-161

Contatos: 85 3264 7709 | 85 98793 8067 
E-mail: [email protected]

Entrevista com Dr. Canestri

Introdução

Jorge Canestri é argentino e radicado na Itália. Analista didáta e presidente da
Associação Psicanalítica Italiana (dissidência da Sociedade Italiana de Psicanálise).
Desde 2009, coordena o Comitê de Novos Grupos da IPA. Sua produção escrita abarca,
entre outros, temas da pesquisa conceitual, da relação entre lingüística e psicanálise e da
supervisão psicanalítica. Tem longo percurso por postos do movimento psicanalítico
internacional. A entrevista foi realizada em 03 de março de 2011, durante sua visita a
SBPSP, no momento em que concorria ao cargo de presidente da IPA.
Esta entrevista dá continuidade ao projeto da AMF de apresentar modelos de formação
de diferentes Sociedades de Psicanálise através de entrevistas com representantes de
cada uma destas Sociedades, e foi realizada por Maria do Carmo Meirelles Davids do
Amaral e Rita Andréa Alcântara de Mello. A transcrição e tradução feita por Abigail
Betbede.

Entrevista com Dr. Canestri

AMF: Vai ser muito interessante entrevistá-lo, porque em Bogotá tivemos a
oportunidade de entrevistar o Dr. Bolognini e ouvi-lo sobre um assunto que é de nosso
maior interesse, a formação psicanalítica. O Senhor traz a idéia da “movimentação das
escolas psicanalíticas” e associa esse movimento com o trabalho dentro da análise.
Pergunto então, como deve ser a formação do candidato para que isso aconteça?
Canestri: A primeira questão é se a formação de candidatos é mono-teórico ou pluriteórica.
Em geral, acredito que o pluralismo teórico seja a forma mais freqüente, porque,
apesar de algumas exceções, é difícil encontrar uma Sociedade que tenha aderido
apenas a uma teoria. Nossa Sociedade é uma Sociedade com certo pluralismo teórico. O
problema do pluralismo, inclusive em sociedades que no passado foram uni teóricas, é
inevitável. Um exemplo bastante característico é o da Sociedade de Nova Iorque, que
deu origem à Ego Psychology. Hoje não é mais assim. Ou como o Instituto de Chicago,
o instituto de Kohut, onde havia predominantemente a Self Psychology, e que não é
mais assim neste momento. Então, temos dois problemas: o da pluralidade teórica –
Como é ensinada? O que significa pluralidade teórica para os analistas? E outro
problema – O que fazer com a pluralidade teórica?

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A Descoberta da Psicanálise

Instrumento que revela, compreende e constrói a civilização

Maria José de Andrade Souza

Quero pedir-lhes inicialmente que renunciem um tanto à ambição que o título desta
conferência propõe.

Começando pelo primeiro termo – Descoberta: creio que pode pressupor um procedimento
alcançado de forma repentina. Porém tal não se deu com a psicanálise. Lembra o historiador Carl
Schorske (1990) que Viena no final do século XIX só era suplantada em importância por Paris,
sendo considerada um pólo cultural efervescente, instaurador do modernismo na ciência, filosofia,
artes plásticas, arquitetura, música e literatura. Segundo Schorske, quando a psicanálise apareceu, a
Europa vivia uma época de transição, onde o mais antigo ou convencional aguardava o advento do
moderno, onde se poderia vislumbrar “uma revolta de uma geração contra seus pais e uma busca de
novas identidades”. Interessante para nós psicanalistas ou simpatizantes da psicanálise, um
comentário desse historiador: “Paradoxalmente, o esforço de lançar fora os grilhões da história,
acelerou os processos históricos, pois a indiferença por qualquer relação com o passado libera a
imaginação, permitindo que proliferem novas formas e novas construções”. Na verdade, essa
revolta não seria contra os pais em si, mas contra a autoridade da cultura paterna que lhes fora
legada.
EINSTEIN, HOFFMANNSTAHL , OTTO WAGNER, K. KRAUS, SCHNITZLER,
MAHLER, SCHÖNBERG, KOKOSCHKA, KLIMT
Em vários campos do saber surgiam notáveis vultos que propunham mudanças revolucionárias: na
física, Einstein dando seguimento a seus estudos, formula a teoria da relatividade; na arquitetura
Otto Wagner, responsabilizava-se pela modernização arquitetônica de Viena; na literatura
destacavam-se Hugo von Hoffmannsthal, Karl Kraus, Arthur Schnitzler; curiosamente, Freud
afirmava brincando , que temia encontrar-se com este último, pois considerava-o um seu duplo ou
alter-ego (Braga Mota, 2000); na verdade Schnitzler debruçava-se no interior do ser humano,

Trabalho apresentado na VIII Jornada de Psicanálise do Núcleo Psicanalítico de Fortaleza – Outubro 2007.

Membro associado SBPSP. Membro efetivo e analista didata da SPR e Gepfor.

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VI Jornada de Psicanálise

COM QUE AMANHÃ ESTAMOS SONHANDO?

 

12/09 – SEXTA-FEIRA – Manhã

8:30 – 10:30 A Violência está diminuindo ou aumentando no mundo atual?
Apresentação Paulo Marchon – SBPRJ/SPR/GEPFOR
Valton de Miranda Leitão – SPR/GEPFOR
Comentários Paulo César Sandler – SBPSP

10:30 – 10:45 Intervalo

10:45 – 11:45 Rede Social: Psicologia das Massas e análise do Eu
Apresentação Barbosa Coutinho – SPR/GEPFOR
Coordenação Tereza Mônica – SPR/GEPFOR

11:45 – 12:45 O Caso Dora hoje: Crianças atravessam a floresta infestada de lobos
Apresentação Eliane Souto Abreu – GEPFOR
Coordenação Galba Lobo Jr. – SPR/GEPFOR

12/09 – SEXTA-FEIRA – Tarde

14:00 -15:30 Material Clínico
Apresentação: Flávia Brasil – GEPFOR
Marucia Benevides – GEPFOR
Karina Bernardes – GEPFOR
Supervisão Ester Hadassa Sandler – SBPSP
15:30 – 15:45 Intervalo

15:45 – 16:45 Édipo Complexo
Apresentação Ester Hadassa Sandler – SBPSP
Coordenação Valton de Miranda Leitão – SPR/GEPFOR

16:45 – 17:00 Intervalo

17:00 – 19h Apresentação do Prefácio de “O Inimigo Necessário”
Livro de autoria de Valton de Miranda Leitão
Apresentação Paulo César Sandler – SBPSP
Coordenação Rosane Muller – SPR/GEPFOR

13/09 – SÁBADO – Manhã

8:30 – 10:30 A influência de Bion na Psicanálise
Apresentação Paulo César Sandler – SBPSP
Coordenação Valton de Miranda Leitão – SPR/GEPFOR

10:30 -10:45 Intervalo

10:45 – 12:00 Columbine e Realengo: em busca de um sentido
Apresentação Regina Célia Cardoso Esteves – SPR/GEPFOR
Coordenação: Petrônio Magalhães – GEPFOR

12:00 Encerramento

 

 

IV Jornada de Psicanálise

GRUPO DE ESTUDOS PSICANALÍTICOS DE FORTALEZA REALIZA A IV JORNADA

Permanências e Mudanças em Psicanálise. Este é o tema da IV Jornada de Psicanálise do Grupo de Estudos Psicanalíticos de Fortaleza (GEPFOR). Serão três dias de debates e palestras com especialistas de diversos estados do País. O encontro ocorrerá em Fortaleza, no Praiano Hotel, nos dias 20, 21 e 22 de setembro de 2012.

A programação científica da jornada foi elaborada pelo GEPFOR com temas de grande relevância e interesse científico para profissionais psicanalistas, psicólogos, psiquiatras, filósofos, psicopedagogos e estudantes de áreas correlatas. Além de palestrantes do GEPFOR, alguns convidados de fora também farão explanações. Entre eles Admar Horn (SBPRJ), Anette Blaya (SPPA), Bernardo Tanis (SBSP), Daniel Delouya (SBPSP), Gleda Brandão (SPMS) e Nilde Franch (SBPSP).

Dentre os temas que serão abordados pelos palestrantes estão “O novo e velho homem”, “Exercícios Clínicos (Adulto e Criança)”, “O lúdico e o onírico na psicanálise contemporânea”, “Mila e a capacidade resiliente”, “Finalidades da análise”, “Psicanálise de “O Veredicto”, de Kafka” e “Permanências e mudanças no lugar do analista”.

O GEPFOR é uma entidade científica sem fins lucrativos, filiada à Federação Brasileira de Psicanálise (FEBRAPSI) e à Associação Psicanalítica Internacional (Londres); tem como objetivo garantir a continuação e o desenvolvimento da psicanálise como ciência, tratamento e profissão, com ênfase no Curso de Formação Psicanalítica. Visa também aprofundar conhecimentos, debater aspectos relativos à formação profissional, discutir casos clínicos, etc.

Os membros do GEPFOR convidam estudantes e profissionais a participarem deste evento.

SERVIÇO
IV Jornada de Psicanálise
Permanências e Mudanças em Psicanálise
Data: 20, 21 e 22 de setembro de 2012.
Local: Praiano Hotel – Av. Beira Mar, 2800.

INSCRIÇÕES e INFORMAÇÕES
(85) 8793 8067 – (85) 3264 7709
[email protected]
www.gepfor.org.br

*Inscrições com desconto até dia 15 de setembro.

PALESTRANTES CONVIDADOS

Admar Horn-SBPRJ

Annette Blaya-SPPA

Bernardo Tanis-SBPSP

Daniel Delouya-SBPSP

Gleda Brandão-SPMS

Nilde Franch-SBPSP

PALESTRANTES DO GEPFOR

Valton Miranda

Paulo Marchon

Rosane Muller

Barbosa Coutinho

Francisco Vale

Ina Gonzaga

Flavia Melo

Regina Alcântara

História e genealogia das idéias psicanalíticas latino-americanas

Paulo Marchon

Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida (…)
(Casimiro de Abreu)

Através do relato do seu desenvolvimento como psicanalista, o autor
comenta as idéias psicanalíticas que estudou e acompanhou em sua vida. Conta
também a aparição e o desenvolvimento de novas idéias e o impacto delas no
cenário brasileiro. Focaliza a psicoterapia analítica de grupo, o lacanismo, a
influência de Klein, Bion, Kohut, Winnicott e a importância da psicanálise
argentina para a América Latina. Observa o desenvolvimento expressivo que São
Paulo, Porto Alegre, Rio, Argentina, Chile, Uruguai e outras regiões da América
Latina estão realizando. Mostra diferenças e semelhanças entre seu trabalho
anterior e atual, enfocando os temas da “virada ética” kleiniana na psicanálise,
bem como a evolução do conceito de Amor-Eros para Amor-Charitas,
intimamente ligado à consideração em relação ao outro. Lembra Perestrello que,
em 1974, já dizia não haver medicina sem Charitas, equivalente a amor e não
caridade. Enfatiza o valor social desta “virada ética”. Atribui importância ao
perdão como o meio pelo qual o ato pode atingir um término, um fim.

Publicado na Revista Brasileira de Psicanálise, vol. 38, n.2, 2004
Membro efetivo da SBPRJ, SPR e NPF

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As dez obras psicanalíticas mais importantes deste meio século

Paulo Marchon – membro efetivo da SBPRJ,SPR e NPF
Publicado em ABP-Notícias, ANO III, N. 2, Rio, dezembro 2000

Irei, de imediato, ao mais importante trabalho psicanalítico, cuja publicação
foi iniciada em 1953, só concluindo em 1974. Trata-se da monumental tradução
das “Obras Completas de Freud” feita por James Strachey. Ela abriu para o
mundo da “língua universal” o pensamento de Freud. As notas editoriais e de pé
de página são magníficas. Atacada, imperfeita, ela aguarda, altaneira, uma
substituição à altura.
Em 1950, com a linda introdução de Ernest Kris, foram publicadas algumas
cartas de Freud a Fliess e o extraordinário, “O Projeto”, escrito em 1895, com o
título geral, em inglês, “The origins of Psychoanalysis ”(1954). Realmente, eram
as origens da Psicanálise!
Dentro dessa mesma seqüência, não poderíamos deixar de mencionar a “A
Correspondência Completa Freud-Fliess”, só publicadas em 1985.
Da obra kleiniana, em 1959, veio à luz o encantador “Nosso mundo adulto e
suas raízes na infância”, contraponto iluminado ao “Mal-estar na cultura”, de
Sigmund Freud.

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